Alô!
O ANGOLANO´S está de volta a Angola.
É verdade, já estou em Angola desde dia 9 de Julho, mas a primeira história que vou contar é sobre Angola em Portugal...
O motivo principal da minha viagem a Portugal foi a renovação do visto de permanência em Portugal. Para os que não sabem, sem um visto de trabalho ou um visto de residência (virtulmente impossiveis de adquirir), a estadia máxima que se pode obter para permanência em Angola é de 90 dias, 30+30+30 dias consecutivos.
Quando se sai de Portugal pode ter-se a sorte de conseguir um visto de 30 dias (nesta minha segunda deslocação só me deram 15 dias!!
Uma vez chegado a Angola, a tourada começa.
O passaporte, aí com cerca de 10 dias de visto válido vai para a antiga DEFA (actual SME - Serviços de Migração e Estrangeiros) por forma a pedir a prorrogação de prazo. Em geral esta proroogação é dada, mas quando o passaporte chega à nossa mão já tem pouco mais de 10 dias de validade, pelo que é imediatamente entrege nos SME para uma segunda e última prorrogação. Ou seja, só ficamos com o passaporte connosco nos primeiros 20 dias de estadia, depois, o passaporte fica "guardado" nos SME. Não por uma razão de segurança, mas sim porque o modelo de função pública angolano foi copiado do português, é LENTO!
Mas a minha história não é esta. Antes de chegar a angola há que obter o visto em Portugal.
Primeiro passo: consulta do viajante. Vai-se ao Campo dos Mártires da Pátria (F.M.L.) onde temos uma conversa sobre os comportamentos e cuidados a adoptar em Angola; não beber água que não mineral, não consumir gelo, não tomar banho nos rios, cuidados a ter em passeios nos rios, não comer fruta com casca, lavar tudo antes de comer... e ainda, tomar mediacamentos uma vez por semana, por repelentes, usar mangas compridas,... uma data de conselhos que, apesar de úteis, são complicados de seguir à risca (eu não uso uma camisa de manga comprida desde dia 12 de Março em que cgeuei a Angola...)
Enfim, no fim da conversa vem o rol de receitas. Para além dos medicamentos normais para tratamentos de febres, desinterias, etc..., é o medicamente para prevenção da Malária, a vacina bebivel da cólera, mais uma ou outra vacina.
Daqui segue-se para o Instituto de Medicina Tropical onde eu levei as injecções: Febre Amarela, Febre Tifóide e Tétano. Devia ter levado a da Poliomielite, mas como era noutro sítio já não me apeteceu... Aqui passam-nos o boletim de vacinas amarelo!
com o boletim de vacinas podemos finalmente dar entrada do pedido de visto.
Entre outras coisas precisamos duma carta de chamada, ou seja, é necessário que alguém em Angola precise de nós e nos peça para nos deslocarmos lá.
Depois há outra informação preciosa... DINHEIRO! Com efeito, é necessário que o candidato a viajante disponha de 100 USD por dia de estadia para poder viajar para Angola. Como se faz esta prova?! É simples com a fotocopia do cartão de crédito, mas só são válidos os Ouro, Prata e Platina, ou então com talões de compra de dólares; soluções mistas de cartões de crédito e talões de dólares também são aceites. Até aqui, tudo bem, que é preciso ser rico para vir a Angola não há dúvida, basta dizer que uma soupa custa 7 €. O que eu não percebo é para que é que é necessário um cartão visa. Em Angola não há visa!?!
Depois de tudo isto preenche-se uma papelada infidável, sempre em duplicado ou triplicado, entregam-se fotografias que chegam para se fazer um albúm, etc, etc...
Cerca de 10 dias úteis, se tudo correr bem, entregam-nos o passaporte com o visto!
É claro que pelo meio também já perdemos a paciência com outra guerra, arranjar bilhete de avião. E isto partindo do princípio que não precisamos de tratar de alojamento em Luanda, por que senão, desistimos mesmo de viajar. Não há um único quarto de Hotel disponível!!
